Pois não me envergonho do evangelho…

Crente ZUMBI??

Será que existe o “crente zumbi“?

Segundo o folclore holywoodyano, o zumbi é uma espécie de “morto-vivo”, ou seja, é uma pessoa que morreu mas ainda permanece interferindo no mundo dos vivos, de forma material.

É claro que, biblicamente, isso não existe, pois os mortos não têm mais qualquer contato com os vivos. Mas esta metáfora parece se encaixar perfeitamente com uma espécie de cristão que nem está “morto” nem “vivo”. Como assim?!

Hoje eu quero refletir com vocês sobre a maneira como a Igreja, como instituição humana, costuma tratar alguns de seus membros (suas “ovelhas”). Em todas as congregações é possível encontrar pessoas que já foram vivas e atuantes na igreja, mas que hoje não passam de meros espectadores cultuais (“papa-sermões” como alguns costumam dizer aqui no Nordeste). Em alguns casos, estas pessoas já foram até líderes na Obra, mas que em sua trajetória de vida cristã levaram uma rasteira do inimigo, e não receberam muito apoio para se levantarem. Resultado: viraram “crentes zumbis”, pois seu amor pela mensagem de salvação as impede de se voltarem totalmente para o mundão; enquanto que a frieza e rigidez das “normas” e “regulamentos” barram o resgate do vigor espiritual de outrora.

Quero dividir com vocês o exemplo de um ex-pastor, contemporâneo de teologia há uns 15 anos, lá no IAENE. Não citarei nomes, por respeito aos envolvidos. Ficticiamente vamos chamá-lo de PR.

No final da sua adolescência ele conheceu a mensagem Adventista, foi batizado e tornou-se um destacado membro em sua congregação. Foi amor à primeira vista! Ele costumava dizer que a única função que nunca desempenhou foi a de diaconisa, pois todas as outras ele já havia realizado com satisfação. Foi ordenado Ancião, e era o braço forte dos pastores distritais em sua igreja local, com grande influência também em outras igrejas do distrito e região onde morava.

Pouco depois de casado, PR resolveu estudar Teologia, e foi para o IAENE com sua esposa e uma criança pequena. Foram 4 anos de muita luta, sofrimento, lágrimas… e até sangue, para ter seu curso concluído. Seu desejo era servir à Obra do Senhor para o resto de sua vida.

Ele recebeu o chamado para o ministério, e começou a desempenhá-lo em um promissor distrito em uma cidade de dominação católica no interior do Nordeste. Logo de início os irmãos aprenderam a amá-lo (o que não é difícil para quem o conhecia), respeitá-lo e seguir sua liderança. Ele fez daquele distrito morno e sem vida, um dos mais ativos e frutíferos de todo o seu Campo. Suas metas evangelísticas eram audaciosas, e ele conseguia batê-las ano após ano, pois era incansável em seu trabalho pastoral.

Mas o inimigo já havia determinado que a vida de PR seria novamente abalada, e era sua missão destruir aquele bonito ministério. E assim o diabo conseguiu…

PR cometeu um dos 3 pecados imperdoáveis para um pastor Adventista. Infelizmente, desde o seminário os professores já costumavam alertar que as armas que o diabo utiliza para derrubar um pastor são: mulheres, dinheiro ou poder. Quantos têm sucumbido diante destas arapucas!

Com apenas 2 anos e alguns meses de ministério pastoral, o jovem PR foi desligado da Obra Adventista. Envergonhado, ele mudou-se com sua esposa e filhos para a capital do Estado onde residiam, para tentarem recomeçar a vida destroçada. Mas outros golpes ainda viriam… Ele e a esposa foram excluídos da Igreja (ela inocentemente, pois pediu para ser desligada junto com seu marido, por entender que estavam sendo exageradamente duros com ele, haja vista que o erro que ele cometeu não merecia tanta intolerância). A filha mais velha adoeceu, e agora sem a cobertura do plano de saúde, tiveram que mendigar nos gabinetes de assessores políticos para que a menina fizesse um custoso exame, pois havia suspeita de grave doença. O que acabou por confirmar-se.

Sozinhos, esquecidos pelos ex-colegas de ministério, pelos “pastores” com quem já haviam trabalhado por tantos anos, longe dos familiares, sem poderem trabalhar ativamente na Igreja… o casamento também foi se desgastando. Apenas alguns poucos amigos (verdadeiros) continuaram ao seu lado; ex-colegas, porém, contava-se nos dedos de uma mão aqueles que ainda buscavam algum contato intencional com ele.

Encurtando a história, que é muito longa e triste, PR vive hoje como ex-Adventista. Não prega, não dirige lição na Escola Sabatina; certa vez, foi impedido até mesmo de dirigir seminários de estudos na igreja que estava frequentando. Todo o seu potencial foi colocado de lado. O inimigo, com toda certeza, dá gargalhadas quando olha para este jovem ex-pastor.

Constrangido com a situação, ele visita igrejas diferentes a cada sábado, na esperança de que não o conheçam, não se lembrem dele como “pastor PR”. Como eu sou um dos poucos que conhece sua história (até mesmo porque quase ninguém se interessou em ouvi-lo, chorar com ele, emprestar-lhe o ombro…), sei que ele sofre muito, pois ainda é apaixonado pela mensagem que um dia abraçou, e a qual dedicou os melhores anos de sua juventude. Trabalhava até pouco em uma profissão que não lhe trazia muito prazer, que servia apenas para pagar as contas do mês, pois o que ele queria mesmo era estar pregando, dando aconselhamento, dirigindo conferências, classes bíblicas, encontros de casais, de jovens, plantando novas igrejas, etc. Que talento desperdiçado!

Creio que faltou discernimento e tolerância aos que “julgaram” o caso do meu amigo, pois a Bíblia dá claras evidências de que a maneira como Jesus tratava casos semelhantes era muito diferente. Lembram de Manassés? De Davi? De Madalena? De Pedro? De Marcos? Infelizmente não apareceu nenhum “Barnabé” na vida do PR quando ele mais precisou. Apenas os “doutores da lei” que, como Paulo, não tiveram disposição em oferecer-lhe uma segunda chance.

Como Igreja, os Adventistas têm uma linda e poderosa mensagem de justificação pela fé, de perdão, de restauração, de transformação de vida. Mas, muitas vezes, temos nos esquecido de praticar esta libertadora Verdade.

Setenta vezes sete… cremos mesmo nisso?! Ou achamos que um erro repetido não merece perdão?!

“Eu também não te condeno”… se Ele proferiu tais palavras, por que nós, miseráveis pecadores, insistimos em nos condenar mutuamente?!

“O Deus da segunda chance”… será que esta frase só ganha significado quando utilizada em algum arranjo musical?!

“Senhor, quando foi que Te vimos com frio, fome, nu…?” – nossos olhos estão fechados de tal forma, pela “letra da lei”, que não conseguimos enxergar Jesus naqueles que mais necessitam dEle.

Há alguns anos, estudamos um trimestre inteiro (por 13 semanas!) sobre a REDENÇÃO EM ROMANOS, mas a maravilhosa mensagem daquele livro parece não passar de teoria na vida de muitos, especialmente líderes e “pastores”. Como em quase toda Lição de ES, virou o trimestre, esquecemos o que estudamos… Qual foi mesmo o tema do 1º trimestre de 2015???

Um “crente zumbi”, é assim que eu definiria o meu amigo PR. Já o aconselharam até mesmo a mudar de denominação, e procurar uma que o aceite e lhe dê uma outra oportunidade de servir a Deus como pastor. Até oferta em assumir uma Igreja dessas que também “guarda” o sétimo dia ele recebeu. Mas ele ama a Igreja Remanescente, e não consegue frequentar uma que o aceite, mas que rejeite a fé que ele guarda no coração. Por outro lado, o “sedentarismo espiritual” está minando sua vida religiosa, deixando-o cada vez mais vulnerável ao golpe fatal do inimigo.

Para afundá-lo ainda mais, há pouco tempo ele separou-se da esposa, pois a convivência já estava quase insuportável. Sabe quantos ex-colegas o visitaram ou mandaram um simples e-mail de apoio, desde que começou esta tempestade em sua vida? Sabe quantos secretários ministeriais se preocuparam em ligar para ele para saber como estava sua família, sua vida, suas dores? Sabe quantas vezes o presidente que o dispensou do ministério foi em seu lar para orar com ele, e tentar resgatar esta alma que se estava desgarrando do rebanho?

Espero que PR esteja no Céu, junto com sua ex-esposa, filhos e amigos verdadeiros. Mas fico imaginando qual seria a reação daqueles que o encontrarem lá, mas que não fizeram nada para ajudá-lo a vencer os desafios da jornada…

Resolvei trazer este assunto aqui porque sei que existem muitos outros “zumbis” em nossos arraiais; muitos “cães sem dono”, abandonados à beira da estrada da vida… “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã“… foi um homossexual quem transformou essas palavras em verso… mas elas exprimem um sentimento que deveria (sim, deveria) ser a tônica do Evangelho que hoje pregamos.

Reserve um tempo para orar por este jovem ex-pastor, pois o diabo não merece ser vitorioso em mais esta batalha… e se você conhece algum “zumbi”, aproveite para orar e enviar um “alô”, para que ele saiba que alguém sente sua falta.

“mas onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rom. 5:20)

Desafio Mês de Novembro – G148

Terei uma Família na Nova Terra?

Na Nova Terra, continuaremos como família assim como somos aqui hoje? Exemplo: Eu tenho minha esposa e duas filhas. Na Nova Terra, estas que são minha esposa e minhas filhas, continuarão sendo minha família, e moraremos juntos?

Existe um senso comum, baseado na passagem deMateus 22:23-22, de que não haverão novos casamentos, nem relacionamento conjugal (sexual) na Nova Terra, pois o modo de vida será diferente do que temos atualmente sob o pecado.

Entretanto, existem outras teorias (especialmente entre seitas evangélicas americanas, e até entre alguns Adventistas) de que o casamento foi instituído por Deus no Éden, e que não há nenhum problema no casamento santo e fiel entre marido e mulher. Portanto, para estas pessoas,mesmo durante a eternidade continuarão a existir os relacionamentos conjugais normais que existem hoje em nosso mundo.

O pensamento “tradicional” da Igreja Adventista é o senso comum que mencionei anteriormente, ou seja, de que não existirá relacionamento conjugal, novos casamentos, nem contatos íntimos na Nova Terra, mesmo entre os que já eram casados aqui.

Com relação à dúvida específica apresentada acima, ou seja, se um marido continuará unido a sua atual família após a volta de Jesus, existe uma declaração de Ellen White que oferece uma resposta. Veja o que ela diz:

Oraremos por vós e por vossos preciosos pequeninos, para que possais, mediante paciente continuação em fazer o bem, conservar vossa face e vossos passos sempre em direção do Céu. Oraremos para que tenhais influência e êxito em guiar vossos pequenos, a fim de que, com eles, possais alcançar a coroa da vida, e no lar lá de cima, que agora está sendo preparado para nós, vós e vossa esposa e filhos possais ser uma família reunida, feliz e jubilosa, para nunca mais vos separardes” – Mens. Escolhidas, vol. 2, pág. 262-263.

Portanto, do texto acima depreende-se que mesmo que o relacionamento sexual íntimo, seja “diferente” na Nova Terra (o quão diferente será, nós não temos como dizer ainda), as famílias que forem salvas aqui permanecerão juntas por toda a eternidade.

Para uma compreensão detalhada deste tema, eu sugiro a leitura do excelente artigo do Dr. Natanel Moraes (um dos maiores teólogos Adventistas do Brasil na atualidade, na minha opinião), que foi publicado na Revista Parousia, do 1º semestre de 2005. O título do artigo é “Haverá casamentos na Nova Terra?“.

É só um momento!

As “faces” do Espiritismo

Segundo a Bíblia, nos últimos tempos haveria uma união muito forte e universal entre 3 “espíritos imundos” (verApoc. 16:13-14).

Dentre estes “espíritos”, um é representado pela figura do DRAGÃO, que o próprio livro do Apocalipse identifica como sendo o diabo (cf. cap. 12:9).

Estes três poderes diabólicos, pois têm o diabo como seu “mentor”, são identificados pelos Adventistas como: o papado romano, o espiritismo e o protestantismo que se apostatou da verdadeira fé.

Os escritos inspirados de Ellen White já nos advertiam há décadas de que seriam 2 os principais pontos que uniriam estes 3 poderes religiosos: a santificação do domingo em lugar do sábado do Senhor, e a crença na imortalidade da alma.

Sobre o tema da mudança que o papa fez do sábado para o domingo, e que a Cristandade em geral (em especial os ditos “evangélicos”) aceitaram sem questionar, já escrevi bastante aqui noblog.

Porém, é importante também sempre atentarmos para a infiltração sorrateira e poderosa que o espiritismo, em suas diversas formas e roupagens, está alcançando na sociedade.

Há alguns anos, ficamos sabendo de uma mãe que sacrificou a própria filha em um ritual satânico aqui no Brasil (veja aqui). Pouco depois, o mesmo fato horrível se repetiu em um bairro de São Paulo, onde uma mãe adepta de alguma seita diabólica assassinou o filho com 15 facadas, após pisotear a Bíblia (veja). Este mês, a história se repetiu em um ritual macabro realizado na Paraíba, onde um menino foi utilizado para satisfazer as crenças diabólicas de sua mãe e padrasto (relembre).

É claro que nem todo “espírita” se envolve com a chamada “magia negra”.
Quando morei em João Pessoa em meados de 2008, lembro de um evento que a Federação Espírita promoveu: um grande “arrastão” de divulgação da sua “doutrina” no dia de “finados”. Em todo o país, os espíritas se organizaram para visitarem os cemitérios e pregarem a mensagem de que os mortos estão ai, basta que um médium faça a ligação entre eles e os vivos. Para muitos parentes enlutados, esta é uma mensagem profundamente acalentadora.

Os evangélicos, por sua vez, não conseguem pregar a verdade bíblica da ressurreição porque ela se choca com o que eles ensinam sobre o inferno, o “seio de Abraão“, a “glória”, etc. Basta ir em um enterro de algum “crente” para ver como eles defendem o espiritismo da mesma forma que os espíritas o fazem… só a “roupagem” é diferente.

Para o “povão” existe o espiritismo dos “trabalhos”, das “magias negras”, das “feitiçarias”, como os casos horrendos citados acima.
Para os “eruditos” há o espiritismo “kardecista”, mais “científico” e elaborado…
Para os cristãos, há uma espécie de “espiritismo disfarçado”, que prega a existência de um inferno de fogo eterno para os que se perderem, e de um céu (desde agora) para os que aceitam a Jesus.

Aqueles que acreditam no que a Bíblia ensina sobre a morte (que ela é um sono, e que os mortos estão dormindo e aguardando o dia da sua ressurreição), devem pregar com mais intensidade, à medida que a união dos 3 espíritos imundos se faz mais presente em nossa sociedade.

O que estamos fazendo para alertar ao mundo sobre esta diabólica mentira da imortalidade da alma (cf. Gên. 3:4)?

O que estamos fazendo para que as pessoas se libertem das garras do diabo, tão ferozmente apresentadas em notícias como as que citei acima? E olha que as grandes redes de TV frequentemente passam novelas e filmes “espíritas”, entrando nos lares de milhões de pessoas pelo mundo afora!

“Para que o mal triunfe basta apenas que os bons não façam nada”.

Texto do blog do Pr. GIlson Medeiros